Foto:
Rogério Salgado, Maria Clara Segóbia e Virgilene Araújo em Ouro
Preto, no 6º Belô Poético (julho de 2010). Foto Arquivo Belô
Poético
Já
se passou um mês sem a presença física de Maria Clara Segóbia
entre nós. Haja saudade pra suportar. Maria Clara era alegria,
doação, poesia em vida (e haja vida). Conheci Maria Clara Segóbia
em 2005, quando fomos eu e Virgilene ao Congresso Brasileiro de
Poesia, em Bento Gonçalves\RS. De cara, ficamos amigos e em 2006 ela
apareceu por essas bandas de cá, veio ao 2º Belô Poético –
Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte, realizado por nós. A
partir daí, ela passou a ser figura constante todos os anos no Belô
Poético. Tivemos tantas histórias juntos por aqui, que nem sei...
Tenho muito orgulho de tê-la homenageado no 5º Belô Poético, em
2009, reconhecendo seus valores ainda em vida e olha que nem eu, nem
ninguém e nem mesmo ela sabíamos de sua doença. Este ano ela não
deu as caras por aqui e sentimos aquele vazio inexplicável. Aí Deus
resolveu levá-la para versejar lá no céu, ao lado de Márcio
Carvalho, Joanyr de Oliveira, Alécio Cunha e Júlio Emílio
Tentaterra, poetas que se fizeram presentes no Belô Poético.
Quando
recebi o convite para a missa de 7º dia de Maria Clara vi que seria
impossível ir, devido à distância entre Belo Horizonte e Porto
Alegre. Por coincidência era dia do meu aniversário. No mesmo
horário em que acontecia a missa, pedi que fizéssemos uma oração
para ela e li um poema que havia feito no dia anterior, o qual
transcrevo abaixo.
O
tempo pode seguir seu rumo, mas com certeza jamais esqueceremos dessa
pessoa que muito nos ensinou a viver e a amar.
Um
poema alegre
Para
Maria Clara Segóbia
Hoje
o dia amanheceu lindo
céu
aberto e até a lua
-
apesar da manhã –
mostra-se
branca, confundindo-se
com
as nuvens brancas
pessoas
caminham nas calçadas
cada
um com seu destino
talvez
alegres, talvez tristes
cada
um buscando ser feliz
e
eu só quero que o mundo tenha paz
imagino
que todos poderiam estar
dando-se
nós num abraço carinhoso
com
amor nos corações
e
que também pudessem observar
que
hoje o dia amanheceu lindo.
Eu
poderia estar aqui
escrevendo
um poema triste
e
confesso, estou sim
triste
pela sua ausência
mas
sua alegria e amor por viver
fez-me
ver tudo isso
na
beleza da vida.
Belo
Horizonte, 05\01\2013
Rogério
Salgado