sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SAUDADES DE MARIA CLARA SEGÓBIA

Foto: Rogério Salgado, Maria Clara Segóbia e Virgilene Araújo em Ouro Preto, no 6º Belô Poético (julho de 2010). Foto Arquivo Belô Poético

Já se passou um mês sem a presença física de Maria Clara Segóbia entre nós. Haja saudade pra suportar. Maria Clara era alegria, doação, poesia em vida (e haja vida). Conheci Maria Clara Segóbia em 2005, quando fomos eu e Virgilene ao Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves\RS. De cara, ficamos amigos e em 2006 ela apareceu por essas bandas de cá, veio ao 2º Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte, realizado por nós. A partir daí, ela passou a ser figura constante todos os anos no Belô Poético. Tivemos tantas histórias juntos por aqui, que nem sei... Tenho muito orgulho de tê-la homenageado no 5º Belô Poético, em 2009, reconhecendo seus valores ainda em vida e olha que nem eu, nem ninguém e nem mesmo ela sabíamos de sua doença. Este ano ela não deu as caras por aqui e sentimos aquele vazio inexplicável. Aí Deus resolveu levá-la para versejar lá no céu, ao lado de Márcio Carvalho, Joanyr de Oliveira, Alécio Cunha e Júlio Emílio Tentaterra, poetas que se fizeram presentes no Belô Poético.
Quando recebi o convite para a missa de 7º dia de Maria Clara vi que seria impossível ir, devido à distância entre Belo Horizonte e Porto Alegre. Por coincidência era dia do meu aniversário. No mesmo horário em que acontecia a missa, pedi que fizéssemos uma oração para ela e li um poema que havia feito no dia anterior, o qual transcrevo abaixo.
O tempo pode seguir seu rumo, mas com certeza jamais esqueceremos dessa pessoa que muito nos ensinou a viver e a amar.

Um poema alegre

Para Maria Clara Segóbia

Hoje o dia amanheceu lindo
céu aberto e até a lua
- apesar da manhã –
mostra-se branca, confundindo-se
com as nuvens brancas

pessoas caminham nas calçadas
cada um com seu destino
talvez alegres, talvez tristes
cada um buscando ser feliz
e eu só quero que o mundo tenha paz

imagino que todos poderiam estar
dando-se nós num abraço carinhoso
com amor nos corações
e que também pudessem observar
que hoje o dia amanheceu lindo.

Eu poderia estar aqui
escrevendo um poema triste
e confesso, estou sim
triste pela sua ausência
mas sua alegria e amor por viver
fez-me ver tudo isso
na beleza da vida.

Belo Horizonte, 05\01\2013

Rogério Salgado